Adriano Abreu
Procuradoria-Geral de Justiça apresentou sugestão orçamentária
No caso do Rio Grande do Norte, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado já liquidaram os débitos com a PAE. MPE e TJ/RN, no entanto, dependem de disposição política dos Governos que se sucedem e de financeiro disponível da máquina estatal para pagarem os montantes que fazem jus seus desembargadores, juízes, procuradores e promotores. Ao elaborar o orçamento que prevê a receita e fixa a despesa para o próximo ano, o Tribunal de Justiça estipulou R$ 447,5 milhões para pagamento da folha e, ao mesmo tempo, outros R$ 45,6 milhões para remunerar as dívidas e verbas de exercícios anteriores devidas a servidores e magistrados (valores apurados até junho de 2012). Nesse montante, já se sabe que pouca coisa é devida ao funcionalismo e "o grosso" é exatamente a PAE.
A TRIBUNA DO NORTE procurou o Poder Judiciário na tarde de sexta-feira (9), mas o expediente externo da instituição nesse dia da semana só funciona até as 13h. A presidente da Associação dos Magistrados do RN (Amarn), juíza Hadja Rayanne, também não pôde atender a reportagem afirmando não estar no momento em condições de fornecer informações. Desta forma, não foi possível esclarecer se o valor exposto no orçamento do Tribunal para a PAE corresponde ao débito total ou se diz respeito a uma parcial. A dúvida é justificável, já que documento oficial do TJ/RN o qual teve acesso o jornal, ano passado, apontava mais de R$ 102 milhões do total das vantagens atrasadas, incluindo a PAE e a diferença de entrância dos juízes em dezembro de 2010. A incerteza aumenta mais ainda porque o relatório com a previsão orçamentária do Judiciário para 2013 mistura Parcela Autônoma com outras variantes remuneratórias, o que dificulta o entendimento exato dos números.
O Ministério Público, ao contrário, detalhou com pormenores as previsões financeiras para o próximo ano, no que concerne à folha de pessoal e à PAE. De acordo com o relatório encaminhado ao Governo e Assembleia Legislativa, o total de gastos esperado com os vencimentos de procuradores, promotores e servidores é de R$ 157,1 milhões. Esse valor não inclui a Parcela Autônoma, que onerará a máquina estatal em R$ 42,5 milhões. O MPE fez um plano de pagamento do benefício aos membros da instituição que supõe o período de 24 meses para quitação completa. Até este ano, MPE e TJ/RN remuneravam em R$ 7,5 mil/mês a cada beneficiário da PAE. Não se sabe se o Poder Judiciário também formatou um cronograma para que a verba seja, enfim, concluída. A reportagem tentou contato com o presidente da Associação dos Membros do MP (Ampern), promotor Eudo Leite, mas não obteve sucesso.
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