terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Artigo de Ney Lopes

O ex-deputado Ney Lopes, publicou este artigo no blog de Túlio Lemos, a alguns dias atrás.
Leia a íntegra do artigo:
http://tuliolemos.com.br/artigo/589/

Ney Lopes:Natal será uma “caixa surpresa” na eleição de 2012


Divulgação
Ney Lopes
Assanha-se a disputa pela Prefeitura de Natal. Começam a abrir os horizontes de como a eleição será conduzida, no primeiro turno. O segundo turno, só Deus sabe!

Um dado coloca-se como inquestionável para o observador: Natal será em 2012 uma “caixinha” de surpresas”.
Se por um lado, a população parece não aprovar a atual administração municipal, de outro deseja algo que não se sabe será oferecido ao eleitor.

Talvez, o sonho fosse um gerente para a cidade e não um prefeito assoberbado de “compromissos” políticos inconfessáveis.
Isso não acontecendo, o voto será por exclusão, o que ratifica a “caixa de surpresas”. Ganhará o que o povo achar “menos ruim”, salvo mudança de cenário.

Natal está sem líderes, que possam influir com antecedência no eleitorado. O ex-prefeito Carlos Eduardo perde essa condição, por ter sido derrotado em 2010 na capital, quando tentou ser governador.
A ex-governadora Vilma sempre apoiou a sua liderança no assistencialismo e na imagem de “mulher coragem” na classe média. Agora falta-lhe dinheiro e apoio do governo para o assistencialismo e na classe média está chamuscada pelas denúncias dos últimos dias, envolvendo a sua própria família.

Dois fatos recentes assumiram proporções: o pedido de “impeachment” da prefeita Micarla de Souza e a confissão pública da simpatia da governadora Rosalba Ciarlini pelo nome do deputado Rogério Marinho.
Ao contrário dos holofotes desejados pelos que articularam o pedido de “impeachment” de Micarla, a opinião pública entendeu perfeitamente que se tratou de manobra política de baixo nível. Isso não quer dizer que signifique apoio à prefeita de Natal. Em absoluto.

As reações foram no sentido de que os autores do “impeachment”, ao darem entrada do pedido e uma hora depois votá-lo, sem nenhuma discussão prévia, agiram com despreparo e vícios insanáveis de conduta. Ou seja, desejavam transformarem-se em juízes supremos e ganharem dividendos políticos para 2012. Só isto.

A população inegavelmente não apóia a administração Micarla de Souza. Todavia, deseja julgá-la – se for candidata – nas urnas livres e não dá uma procuração em branco a vereadores, que não demonstram a responsabilidade mínima de acusar e garantir o direito de defesa.

A tendência popular é sempre democrática e por isso não apóia “tocaias” amparadas por esquemas pré-fabricados de falsos marketings, em busca da popularidade fácil. A máscara caiu.

Entretanto, a “luz vermelha” se acende cada vez mais no Palácio Felipe Camarão. As dificuldades políticas e eleitorais para 2012 da prefeita de Natal aumentam assustadoramente.

O caldo poderá entornar, se alguma “irregularidade comprovada e inequívoca” vier à tona, em relação ao manejo da administração e de recursos públicos. Nessa hipótese, tudo poderá acontecer. Até recrudescer a hipótese do “impeachment”.

Outro fato político foi a simpatia demonstrada pela governadora Rosalba Ciarlini ao nome do deputado Rogério Marinho. Sabe-se que a opção do governo seria o deputado Felipe Maia, que não aceitou.

Além da persistência, Rogério conta com o açodamento do deputado Henrique Alves, querendo a todo custo se transformar no maior líder da história do RN e eleger-se por antecipação Senador em 2014, em razão de ser o “homem forte” da Presidente Dilma Rousseff.

Certamente, ao lançar o deputado Hermano Morais, o deputado Henrique Alves deu o “recado” de que a salvação de Rosalba nos acessos ao Palácio do Planalto dependeriam do apoio da governadora ao nome do PMDB. Se não apoiasse, Henrique daria o “troco” dificultando os acessos de Rosalba em Brasília.

O ministro Garibaldi Alves foi mais cuidadoso. Manteve-se calado. Não se apressou, Reafirmou, apenas, solidariedade ao governo federal e estadual. Talvez isso se justifique pelo fato de não precisar de votos em 2014.

Na oposição mais radical à Micarla caminham o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves e o deputado Mineiro.

Carlos Eduardo, embora na frente da pesquisa, não aglutina apoios e nem tem o perfil de um nome inovador, competente administrativamente e capaz de fazer uma revolução na cidade. Ele já teve uma oportunidade e não revelou tais dons.

Quanto ao deputado Mineiro, a pergunta que fica é se ele resistirá ao “puxão” de orelha de Brasília, orientando para que o PT se componha com o PMDB de Henrique e assim viabilize a vinda da presidente Dilma à Natal, durante a campanha.

A verdade é que, antes do final de 2011 no calendário, o ano de 2012 já começou politicamente. Na sucessão municipal de Natal, principalmente!

Ney Lopes de Souza
Advogado, professor, ex-deputado Federal

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