domingo, 21 de junho de 2015

Morre Agnelo Alves - Um líder

Ex senador, prefeito de natal e Parnamirim. Agnelo Alves era Deputado Estadual
O deputado estadual Agnelo Alves faleceu no início da tarde deste domingo (21)  no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. No segundo mandato como deputado estadual, Agnelo também já foi senador, prefeito de Natal e de Parnamirim. Durante a madrugada de domingo ele teve uma queda acentuada de pressão e piora no quadro de infecção respiratória do qual vinha se tratando há duas semanas. As defesas baixas, devido ao tratamento de quimioterapia contra um câncer no esôfago, também contribuíram para dificultar a recuperação.

Agnelo Alves tinha 82 anos. Há cerca de três anos ele vinha sendo submetido a um tratamento para controle de um câncer no esôfago. Apesar de estar respondendo bem a esse tratamento, no início deste mês, após sentir problemas respiratórios, Agnelo Alves foi internado na Casa de Saúde São Lucas, em Natal. Os médicos detectaram um quadro de infecção pulmonar, respondendo bem a medicação com antibióticos. No último fim de semana, recomendaram à família  transferência do paciente para São Paulo, onde poderia fazer novos exames.

Na capital paulista, o deputado estava acompanhado pelos filhos José Luis e Agnelo Filho. A esposa, Celina Alves, ficou aos cuidados do terceiro filho do casal, o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves. Tio do ministro Henrique Eduardo e do senador Garibaldi Filho, Agnelo era o caçula dos Alves e, ao lado dos irmãos. Aluízio Alves e José Gobat, um dos fundadores da Tribuna do Norte.

O Governo do Estado e as prefeituras de Natal e Parnamirim decretaram luto oficial por três dias. A Assembleia Legislativa suspendeu as sessões e todos os outros trabalhos em sinal de luto. Na vaga de Agnelo Alves assumirá o suplente Vivaldo Costa.
Nascido em Ceará-Mirim no dia 16 de julho de 1932, ano em que foi instituído o voto feminino, Agnelo cresceu respirando política. O pai era prefeito de Angicos quando ele nasceu; o irmão Aluízio Alves foi deputado constituinte em 1946 e fez carreira política no Rio Grande do Norte, sendo eleito governador em 1960. Agnelo seguiu os passos do irmão. Foi prefeito de Natal, cassado pela ditadura militar, elegeu-se duas vezes prefeito de Parnamirim, suplente de Senador e por duas legislaturas foi uma das vozes atuantes na Assembleia Legislativa do RN.

De saúde frágil, raquítico, mas com uma inteligência privilegiada, o menino Agnelo foi obrigado a abandonar os estudos no Colégio Marista. E de uma forma dolorosa para qualquer adolescente. Numa entrevista para a revista Palumbo, ele contou como foi: "Logo no primeiro ano de Marista fui acometido de tuberculose. Fiquei nove anos afastado de qualquer aglomeração. Não podia estudar em nenhum colégio. Naquela época, a tuberculose era uma sentença de morte. Mas eu sobrevivi".
Foi repórter político na Tribuna da Imprensa, trabalhou no Jornal do Brasil e no Diário Carioca. Depois de anos morando numa "república" no Rio de Janeiro, foi indicado por José Aparecido de Oliveira para atuar na assessoria de imprensa do presidente Jânio Quadros, juntamente com um amigo da pauta política que também estava de mudança para Brasília: o jornalista Carlos Castelo Branco.

De volta a Natal, engajou-se nas lutas políticas e no dia a dia do jornal – a Tribuna do Norte -, fundado pelo irmão Aluízio Alves, a exemplo do que fizera Carlos Lacerda no Rio de Janeiro, para fortalecer a luta democrática. Sócio da empresa, Agnelo sempre disse que no jornalismo nunca almejou ser mais do que “um repórter”. Tanto que, durante anos, o título de uma das colunas semanais que assinou na TN foi “Agnelo Alves, o repórter”.

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