segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O recado das urnas


Por Carlos A Barbosa
Sem desmerecer a vitória de Carlos Eduardo Alves, mas o fato é que o natalense deixou seu recado nas urnas quando 158.208 eleitores preferiram não escolher nenhum dos dois candidatos que foram ao segundo turno.
Detalhe: o número é maior do que o obtido nas urnas pelo candidato que ficou em segundo lugar, Hermano Morais, que sufragou 153.522 dos votos válidos.
O recado das urnas aos políticos está bem explícito na soma dos percentuais de votos brancos, nulos e abstenções que chegou a 32,61%, assim distribuídos: abstenções – 102.324 eleitores (19,44%); nulos – 40.135 (9,46%); brancos – 15.749 (3,71%).
Para uma cidade que tem 526.426 eleitores os números acima são muito significativos. Há de se ressaltar ainda que o prefeito eleito obteve 214.687 votos válidos, ou seja, não correspondeu nem a 50% dos eleitores aptos a votar, que seria, no caso, 263 mil eleitores.
Mas isso de certa forma tem uma explicação: A desilusão com a classe política. Nas duas últimas eleições que antecederam a esta, no caso para prefeito de Natal e para governador do Rio Grande do Norte, o natalense ficou como que gato escaldado. Tanto Micarla de Sousa (PV), atual prefeita de Natal, quanto Rosalba Ciarlini (DEM), atual governadora do estado, foram duas decepções.
Outra coisa a ser observada neste segundo turno em Natal, foi a pregação do voto nulo feita pela vereadora eleita Amanda Gurgel (PSTU), que arrebentou a boca do balão com seus quase 33 mil votos. Não a toa os votos nulos chegaram a 40.135, ou 9,46%, quase 10%.
Fato é que é preciso haver uma renovação. A vitória em São Paulo de um candidato que nunca havia participado de uma eleição – Fernando Haddad –  é a prova da demanda do eleitor pela renovação na política brasileira. Essa é a opinião de cientistas políticos ouvidos pelo Globo. E o movimento, dizem, depende de novos quadros e da aposta em nomes até hoje pouco conhecidos.

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