terça-feira, 9 de agosto de 2011

Hospital regional de Macaíba. Interditado!


Valdir Julião 
e Júlio Pinheiro
repórteres

A interdição do Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba, não paralisou as atividades da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), que fica localizada na parte lateral daquela unidade hospitalar. A diretora geral Altamira Galvão de Paiva disse, por telefone, que a equipe de fiscalização  do Conselho Regional de Medicina (Cremern) chegou por volta de 13 horas e que em virtude dessa decisão, estão suspensas as internações de pacientes de clínica geral e obstetrícia.
rodrigo senaConselho Regional de Medicina interditou ontem o Hospital de Macaíba, baseado em levantamento realizado em julho passadoConselho Regional de Medicina interditou ontem o Hospital de Macaíba, baseado em levantamento realizado em julho passado

Altamira Galvão de Paiva disse que está há apenas quatro meses na direção do Hospital Alfredo Mesquita, mas informou que as deficiências de infraestrutura "já são antigas" e que já vinha sendo alvo de alerta da Suvisa. No dia 12 de julho, ocorreu a fiscalização por parte do Cremern.

Segundo ela, como a estrutura do hospital é um pouco velha, realmente precisa de restauração na parte elétrica e hidráulica, com também a renovação de equipamentos.

A diretora do hospital ainda explicou que já ontem, por ocasião da interdição pelo Cremern, "não havia nenhuma paciente na obstetrícia". Por enquanto, continuou ela, o atendimento será continuado "somente para os oito pacientes da clínica geral que já estavam internados".

Altamira de Paiva disse que à medida que os pacientes forem recebendo alta, o hospital vai deixar de receber pacientes enquanto perdurar a interdição.

Ela afirmou, também, que ainda hoje deverá ir a Natal ao encontro do secretário estadual de Saúde Pública, Domício Arruda, para tentar levantar a interdição do hospital, a primeira deste ano e que foi assinada pelo presidente e primeira secretária  do Cremern, Jeancarlo Fernandes Cavalcante e  Maria Cristina Monte Pereira de Macedo, conforme decisão tomada na plenária da segunda-feira, dia 8.

O aviso de interdição do Cremern foi fixado na entrada do hospital, bem como no quadro interno de avisos da unidade. Nele, o órgão informa que a interdição visou "a preservação da integridade e da dignidade do atendimento à população e ao profissional médico".

Segundo o aviso, a interdição ética dos médicos inscritos no Cremern é baseada na resolução 04/2011 daquele órgão.  Os profissionais que não atenderem à medida, poderão responder a processo ético profissional, de acordo com os artigos 17 e 18 do Código de Ética Médica.

Memória

Em 17 de abril deste ano,  a TRIBUNA DO NORTE noticiava que o Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho sofria interdição do centro cirúrgico pela Vigilância Sanitária, devido a problemas problemas estruturais de um hospital que, em 1997, foi laureado como "Hospital Amigo da Criança".

Na época, a diretora clínica, Leiliane Duarte, informava que os partos de cirurgias cesáreas de urgência estava sendo realizadas. Apenas os pacientes de alto risco são encaminhados para a referência, o Santa Catarina.

Agora, a diretora Altamira Galvão de Paiva disse que o Hospital Alfredo Mesquita não tem convênio com nenhum outro  município do Rio Grande do Norte que a clientela "é basicamente do município" de Macaíba, cuja população é de 69.467 habitantes, segundo o Censo 2010 do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Secretário não tem data para reforma

O secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, não se mostrou surpreso com a interdição do hospital regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba. O titular da Sesap admitiu que a unidade já funcionava em condições precárias há vários anos, mas assegurou que o Governo do Estado já tem R$ 600 mil para custear a reforma do hospital. A data para a reforma, no entanto, ainda não está definida.

Domício Arruda argumentou que os problemas da unidade médica não vêm "de seis meses para cá", mas que o fato de também funcionar na unidade um pronto-socorro operacionalizado pela Prefeitura de Macaíba também contribuíram para a deteriorização da estrutura do hospital. "Já tínhamos visitado o hospital e vimos a necessidade da reforma. Agora, com a interdição, vamos solicitar que a Prefeitura retire o pronto-socorro para outro posto e vamos fazer a reforma do hospital. Restam apenas os trãmites burocráticos para liberar a verba, mas ainda não sei a data que começa (a reforma). Só sei que está prestes a começar", disse Domício Arruda, que aguarda posicionamento da Secretaria de Infraestrutura.

Com a suspensão das atividades do hospital, Domício Arruda disse que a Sesap vai procurar relocar os médicos para outros hospitais. A intenção inicial do titular da Sesap é realizar no hospital Santa Catarina os partos que seriam realizados em Macaíba, enquanto as cirurgias eletivas seriam realizadas em Parnamirim. "É o nosso pensamento inicial", disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário